terça-feira, 20 de outubro de 2015

ENTENDA A LAVAGEM DE DINHEIRO EM 9 PASSOS

Entenda a lavagem de dinheiro em 9 passos





Lavagem de dinheiroGente honesta costuma ter alguma dificuldade para entender como os criminosos driblam a Justiça para esconder e gastar o dinheiro ganho ilegalmente, seja pelo recebimento de propinas ou por qualquer outra atividade ilegal, como o tráfico, por exemplo. Nesta lista, vamos usar um personagem fictício, o Dr. Dunha, para explicar de uma forma simples como funcionam três métodos usados na lavagem de dinheiro 
  
Reprodução/michaelclinard

1

 

Malandro eleito

O Dr. Dunha é um malandro que, usando dinheiro de uma empresa interessada em seus talentos, fez uma campanha milionária e conseguiu se eleger para um cargo público importante. Nesse cargo, ele tem acesso a licitações e contratos fraudáveis

Reprodução/Tambulya

2

 

Ponte cara

A empresa amiga do Dr. Dunha oferece a ele R$ 5 milhões para vencer uma concorrência que dará o direito de construir uma ponte em algum lugar do país. O custo de uma ponte como essa seria, normalmente, de R$ 100 mil, mas a empresa diz que é impossível fazer por menos de R$ 10 milhões

Reprodução/Fullsailblog

3

 

Temos um ganhador

O Dr. Dunha faz algumas ligações e, no dia do resultado, a Empresa Amiga S.A. ganha a concorrência, mesmo que outras construtoras tenham apresentado propostas bem menores

Reprodução/Secret Internet Money Making Business

4

 

Paraíso fiscal

A Empresa Amiga S.A., cumprindo o prometido, deposita parte da propina, uns R$ 3 milhões, na conta do Dr. Dunha. Porém, esse depósito não pode ser feito num banco brasileiro, porque alguém vai querer saber a origem do dinheiro, e isso não é coisa que se diga publicamente. Então, o Dr. Dunha informa à empresa o número de uma conta que ele mantém na Ilha do Lobo Mau, um país em que as contas bancárias são identificadas apenas por um código e uma senha. Os outros R$ 2 milhões da propina vão aparecer daqui a pouco

Reprodução/sandiegoestatebuyer

5

 

Gastando com estilo

Em sua próxima viagem ao exterior, o Dr. Dunha dá uma passadinha na Ilha do Lobo Mau, retira uma parte do dinheiro e gasta em hotéis, restaurantes, joias e roupas de grife. Aproveita, também, para comprar um apartamento em Paris, tudo dentro da lei. A partir do momento em que o dinheiro sujo passou pelo banco do Lobo Mau, ele se tornou limpo

Reprodução/bloombergview

6

 

Operação de risco

A legislação brasileira não proíbe a posse de dinheiro em bancos do exterior, desde que devidamente informado à Receita. Esse não é o caso do Dr. Dunha, obviamente, que preferiu manter seu nome longe de qualquer associação com o dinheiro. Porém, se o governo da Ilha Lobo Mau suspeitar de alguma coisa, ou se alguma informação sobre a conta vazar, o país de origem poderá ser avisado, dando origem a uma investigação que pode desmascarar a conta do Dr. Dunha

Reprodução/Thepizzasnob

7

 

Mozarela e calabresa

O Dr. Dunha é um cara muito inteligente e sabe que não pode deixar todos os ovos em uma cesta só. Por isso, ele resolve investir parte da grana aqui mesmo, embaixo do nariz do governo brasileiro. A estratégia usada para disfarçar o dinheiro é usar uma empresa como "lavanderia". Neste caso, ele resolveu abrir uma pizzaria com o restante da propina. Gastou um pouco nas instalações e contratou alguns funcionários, que vendem umas cinco ou seis pizzas por dia. Porém, no final do expediente, ele, ou um laranja, emite notas fiscais como se tivesse vendido 200 pizzas. E todos os impostos sobre essas 200 pizzas diárias são recolhidos direitinho. Assim, digamos que ele tenha gastado uns R$ 300 mil entre custos operacionais e impostos, sobrando R$ 1,7 milhão de "lucro". Esse dinheiro obtido com as pizzas fantasmas vai acabar virando imóveis e carros de luxo


Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

8

 

Sorte divina

Um amigo do Dr. Dunha prefere usar um método diferente, em que perde muito para ganhar um pouco, mas esse pouco é limpíssimo e garantido pelo governo federal. O Alves, amigo do Dunha, investe o que recebe das propinas em jogos da Mega-Sena. Toda semana, ele gasta R$ 1 milhão em volantes de loteria. Nenhum volante é preenchido com os dados do apostante. Entre quinas e quadras, ele ganha uns R$ 50 mil por semana e vai ao banco com seus documentos para retirar o dinheiro, legalmente, em seu nome. Com os R$ 50 mil, o Alves pode fazer qualquer coisa no Brasil, sem despertar suspeitas

Reprodução/HuffingtonPost

9

 

Fim do ciclo

Porém, mais cedo ou mais tarde, alguém vai achar estranha essa movimentação do Alves e do Dr. Dunha. Pode ser o Ministério Público, a imprensa ou mesmo algum amigo que ficou de fora dos benefícios e resolveu abrir o bico. Serão abertas CPIs e processos, e eles vão acaber perdendo seus privilégios. E aí cabe a nós, os honestos, evitar que novos Dunhas e Alves continuem tirando proveito pessoal dos cargos nos quais deveriam defender os direitos da população
Leia mais em: http://zip.net/bhsdMH



Nenhum comentário:

Postar um comentário